Preciso de ti saber, mas nem ao menos vês...
E cada tic devagar racha o fundo das minhas louças...
Tac
As matizes no rosto não bastaram para fazer de mim tua admirável estatueta...
A voz ecoa no vácuo pesado: fado de ser só. Ela grita arranhada. E só.
Precisa ouvir o sim das rugas dos teus olhos e do toque nos meus cabelos.
(Olho apertado, meu sorriso de lado)
Há o cheiro no abraço -e seu ruído.
Há o medo... há a razão... há o não.
Sim. Rejeitas meu canto; sua música é outra.
Preferes o transe; e rodas, morto, sem afetos.
Queres o corpo; e beber, beber de águas límpidas,
Enquanto anseio nadar em seus turvos sonhos.
Até aqui, no meu inverno sempre deu o seu sol.
E na rádio sempre fora do ar só toca as pautas das suas mãos.
Palmas quentes que sussuram num choque térmico, afinal.
(21/04/2007)
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Postado por Lis Motta às 00:04
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