segunda-feira, 22 de junho de 2009

Isso não tem graça e nem é um poema.

"Conhecereis a verdade! ..."

Por que os que acreditam são chamados, na melhor das hipóteses, de “revolucionários”?
E por que esses mesmos são chamados por outros de “prepotentes” ou “ingênuos”?

Sinto muitíssimo, mas o amor já é quase lenda e é uma pena anunciarem na TV que existe um homem honesto:

“GARI ENCONTRA CARTEIRA COM 10 MIL E DEVOLDE AO DONO”

Não é preciso ter fé para acreditar que a palavra integra. Não é preciso ter fé para ver que a linguagem segrega.
Ser alguém na vida significa ter ou ter vivido pra ver? Quem tem o que nós temos? E o que queremos? E o que vemos?!
O “Alguém na vida” é o pequenino; ele tem fome e quase não fala. Diariamente pulamos sua cabeça como quem pula obstáculos numa corrida sem vencedores. É “alguém”, pois não sabe o que é (mas todo mundo acha que sabe...).
Se meleca de rainha é igual a minha, como diria o psicanalista, o que será a melanina? A remela da menina ou o mapa da mina?
Mulher da vida é alguém na vida ou isso é só um problema parasintagmático?
Para conquistar um homem negro, você precisa ter charme, meu bem! E pra conquistar um homem branco, precisa só disso também.
Mas o que é que será isso a que chamam de charme, Meu Deus?!
Deve ser um perfume importado: caro, antipático e provavelmente não falamos a língua dele...

Eis a verdade: O mundo é injusto.
Até com os garis...

E eu?
Ainda prefiro ser um Zé ninguém.


(22/06/2009)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Vejo que não só minha bunda precisa de exercícios. Sou mole porque minha alma é sedentária.



(15/06/2009)

sábado, 13 de junho de 2009

Macarronada

Porque saco vazio não pára em pé, fiz aquela macarronada que você adora
Mas desta vez pus azeitonas, que você odeia, porque você não está aqui
É preciso comer para se trabalhar e pensar bem
E estou presa num livro de poemas tão ruim
Quanto esse macarrão com azeitonas estaria para você se estivesse aqui
O livro traz o de sempre: um coração que sangra e sofre de amor até a morte
Fala daqueles mesmos sintomas que só o amor pode causar
Quero dizer, nos poemas de amor, pelo menos, é quase sempre assim
Já eu que te amo (e não duvide disso), pensei comigo agora
Como é engraçado eu te amar tanto, mas sem essa dor terrível...

Deve ser porque como meu macarrão pensando na sua fome e não na minha.

(13/06/2009)

Sobre sorrir e dizer

Ele me perguntou se estava tudo bem
Disse que sim, que estava feliz com todos ali na minha casa
Por ele estar ali
Riu de mim, lavando a louça no escuro, e segurou meu ombro num meio abraço
Pôs a parte que se soltara do meu cabelo atrás da orelha
E eu sorri timidamente
Ele me beijou a maça do rosto, o canto do nariz e a boca
Tudo rápido, mas singelo
Ele riu novamente
Na verdade nós rimos, maravilhados, confidentes, um pro outro
E nos abraçamos como dois bons amigos que dizem, em silêncio, o quão ruim é se sentir sozinho


(13/06/2009)