Para Y...
Antes que desapareça.
Antes que desapareça.
Não celebro contigo teu nascimento
Não. Celebro antes, em mim, tua existência
E morada própria
De valor incompreensível em ti
Feito de instantes
Sob poeiras e caixas
Sei que tua música se esconde
Como um sussurro na cidade
E eu, toda ouvidos, aguardo
Um verso que seja
Dessa canção estranhamente silenciosa
...
Silêncio não é proteção
Verbo não é sermão
Toque não é carinho
Só podem ser...
Mudamos de lugar a cada ano
Para frente e para trás
Um ano a menos
Um ano a mais
Logo, não me julgues deslumbrada
Nem poeta, nem nada
Insisto e pesco poesia em rio seco
Mesmo sendo feita só de água
(07/07/2009)
4 comentários:
caramba! lis motta, vc tá demais!!!
Meu Deus, lindo.
Cada imagem que vc conseguiu capturar.
Do que eh que vc tanto reclama, quando reclama?
Es abencoada com o dom de traduzir. Meo Deos, Lis.
Se eu fosse um produtor, eu te publcaria.
Poesia líquida! E essa água te gosto de sol...
A primeira poesia está linda!
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