Livros, amigos, ou uma coisa qualquer.
Um bicho bonito, um gato a dormir
uma lagartixa que arregala os olhos do menino.
Tudo pode ser lido.
Tudo pode ser vivo com este louco DNA
das palavras e suas letrinhas miudinhas
ou GRANDONAS ASSIM que se organizam
de múltiplas, infinitas formas
de acordo com o que (se) quer incorporar.
O que mais leio, naturalmente, sou eu mesma.
Gosto também de ler aquele que tanto amo,
meu lobo manso
e é tão difícil,
e dá uma dor gostosinha esse árduo ofício
de cultivar um amor culto, letrado.
Ler em minha mãe
seus olhos cansados dos sessenta também é bom e
confortante na maior parte do tempo porque
afinal, tá tudo bem.
Ler os mortos pode parecer estranho
mas estranhamente é o que mais se lê
e eu também gosto e parece que
quanto mais frio ou esfarelado o corpo
mais quente e sólido seu vocabulário.
Bukowski, Whitman, Jorge Luis Borges
E.E. Cummings, Kundera, Conrado (o Segal)
Hilda Hilst, Machado (Isadora e de Assis)
Exupéry est super como as pessoas do Pessoa
Guimarães (linda rosa) e Cezário, não o verde, o Saiter.
O Gênesis, o Mateus, o Marcos, o Lucas, o João
e seu apocalipse.
Tanta coisa a se ler neste circo universal, caro Raimundo...
Tanta coisa, caro Manuel, minha bandeira nacional!
(licença, Leminski, pelo trocadilho...licença a este corpo jovem, Breno Dantas).
Tá, mas...quem é que está morto mesmo?
Vivas! todos vivem!
Até o diabo
até os Carlos com suas bebedeiras tristes e
seus rios rasos
Até Rimbaud vibra constante em sua estadia
no inferno
Vivas! todos vivem
em nossos olhos
se quisermos.
Ler abre portas para o eterno.
(21-04-2010)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
SOBRE TUDO QUANTO SE LÊ
Postado por Lis Motta às 00:56
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Caraca!Me deu vontade de chorar.Sério.É que às vezes acordo assim, à flor da pele.Lindo, Lis...
poderoso. simplesmente poderoso.
Mandam uma mensagem de agradecimento e de respeito os poetas quem compreendeste. Eles amam-te.
hommmm...bonitinho!
os mortos são melhores, não tentam acertar oq já erraram, afinal...o erro também morreu, só restaram as possibilidades!
uma vez você escreveu algo como: "não entendo como uma pessoa tão antipática pode ser tão alguma coisa, não lembro bem o quê"...
lendo suas leituras, fico feliz que minhas linhas me aproximem das pessoas...
obrigada pela [p]arte que me toca.
e, no mais, adoro essa coisa falada dos seus poemas. é como se eu estivesse conversando, só que com rima e ritmo de poema...
=]
Postar um comentário