No dia em que o deixei
Deixei uma Alma
A minha, que é a dele
E isto que restou se lembra bem
Dói não sentir mais
O peso do seu piscar, nem a leveza
Do silêncio, da redoma de brisa
Nas janelas aos domingos
Eu em uma, ele em outra
Nos vendo e só
Às vezes nos tocando
Eu sabia ser eu
Porque ele sabia (ele tudo sabia)
E se me lembro aqui
Me perco na falta de seus
Pêlos sufocantes
Ele, lá, não se lembra
Seus olhos nada dizem da memória
Dizem só do mistério de viver por
Instinto
Que quer dizer
Na verdade
Que tudo é simples
Tudo é seu
Lá fora, tem sereno
Mas ele ainda deita onde quer
Ainda vai aonde quer
Por isso, vê e diz o que quer
Dom
Seu espírito livre
Revelou-me
E é o dom
De que preciso.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O gato
(02-11-2011)
Postado por Lis Motta às 21:59
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