...entre quatro paredes - tradicionais.
O vigor da idade da glória que já nasce morrendo.
Tropical esperança de que será melhor. E será...
Será que o escorrer do tempo, lento, poderia contagiar o palpitar no peito?
Se sim, por favor!
Porque ele soava...
Mais alto que a canção francesa no rádio.
Mais forte que a luz incandescente do abajur.
Já ouvira falar de cenas parecidas.
Possível que fosse uma intertextualidade charmosa.
Mas era a agonia por querer uma história "só sua" que trazia lábios mordidos.
Diariamente, ali, aprendia na pele sobre a vida felina que corria ao redor.
E a pele de mulher, arisca, transpirava por socorro e repulsa.
Repulsa e SOCORRO!
Fera ferida.
Naquela noite de chuva,
lia o fantástico,
comia o moderno,
bebia o clássico,
chorava o básico.
Ponto infeliz!
(Estava frio...).
Mandava os outros pro espaço.
Para onde, no fundo, desejava estar.
E não só.
De nem poucas, nem de muitas, mas de essenciais,
o melhor lugar do mundo é feito de presenças.
(...mas já começa a esquentar.).
(26/02/2008)
segunda-feira, 10 de março de 2008
"Seguir comigo mesma? Consigo e sigo. Mas preferia contigo..."
Postado por Lis Motta às 13:54 4 comentários
A vida é um circo
No maior espetáculo da terra
(Juventude dos homens)
Aconteceu o fantástico encontro de três atrações
Atraídos:
O palhaço sabido
O vidente menino
A atriz feliz
Três num ato
Sob o olhar da exigente platéia
Formaram uma torre
Sobre palavras ternas
Mas só aos malabaristas e acrobatas
Era permitido subir alto
Para a boa mão de Deus tocar
Como na história antiga
A torre ruiu (a casa caiu)
E na mesma língua ninguém mais conseguia falar
Aí, a coisa ficou confusa
Palavras, canções e poemas já não tinham finalidade alguma
Que perdição, desventura!
O palhaço, desamparado, se foi para a Lua
(Já que não havia palavras, foi-se para diante da qual qualquer palavra parece ser bruta).
O vidente
Que do futuro nunca soube nada
Leu o próprio destino nas cartas
E do nada, viu a mãe pela greta
Chorando, atravessou o oceano de carona no rabo d’um cometa
A atriz
Muito fajuta
Mas ainda assim, uma boa aprendiz
Não precisou fingir estar triste
(Deixou as lágrimas de crocodilo para o espetáculo da velhice)
Voltou às origens
Ao lar doce lar
Foi revisar algumas lições, valores
E reaprendeu a voar
(O céu tinha toda a força da arte de que ela precisava para voltar a sorrir)
Cada um para um canto diferente
Voaram eles, ela, palavras
Mas o maior espetáculo foi este, então
Ver os perdidos se encontrarem na tão falada solidão
(25/02/2008)
Postado por Lis Motta às 13:39 2 comentários